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Editorial 1d58v

Vacina para quem precisa 2a217

É imperativo que as autoridades de saúde reavaliem a tempo os critérios de vacinação, levando em consideração a realidade epidemiológica de cada município

Por Redação

30 de março de 2025, às 08h01 • Última atualização em 30 de março de 2025, às 08h02

Americana enfrenta uma das mais severas epidemias de dengue de sua história, com uma clara tendência de ser a pior. Já são mais de 4 mil infecções confirmadas em uma temporada que costuma durar até junho. Em número de mortes, a cidade é a terceira com maior número em todo o Brasil. A situação é tão preocupante que a prefeitura decretou, nesta sexta-feira, situação de emergência no município.

No entanto, a atual política de vacinação contra a dengue, conforme recomendação do Ministério da Saúde, prioriza apenas indivíduos de 10 a 14 anos. Essa discrepância entre a faixa etária mais afetada e o público-alvo da vacinação evidencia a necessidade de revisão dos critérios estabelecidos.

Na cidade, o perfil dos infectados é bem claro: quase metade concentra-se em adultos com 35 anos ou mais. Apenas 6% das infecções se deram na faixa de 10 a 14 anos. Entre as 13 vítimas que morreram pela doença em Americana, 12 tinham mais de 40 anos.

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Especialistas já se manifestaram a favor da ampliação da faixa etária para a vacina da dengue. Além disso, o Ministério da Saúde, em nota técnica, autorizou a expansão temporária da vacinação para pessoas de 6 a 16 anos em casos específicos, considerando a proximidade do vencimento das doses e a situação epidemiológica local. Mas é pouco diante da calamidade.

É imperativo que as autoridades de saúde reavaliem a tempo os critérios de vacinação, levando em consideração a realidade epidemiológica de cada município. A priorização de faixas etárias deveria ser flexível e adaptável às necessidades locais, especialmente quando os dados indicam claramente quais grupos estão mais vulneráveis.

Combater criadouros é medida das mais eficazes contra a dengue, mas a vacinação poderia ser uma aliada ainda mais forte se considerasse, de fato, os dados estatísticos. Espera-se que haja mobilização para que ainda reste tempo para se evitar números piores e vidas perdidas.

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