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O último jingle: como a IA enterrou a alma da publicidade 5j4u4c

O que antes era a expressão de mentes criativas inspiradas pela vivência humana, agora, é substituído por algoritmos

Por Marcos Tonin

08 de dezembro de 2024, às 09h21

Nunca mais teremos jingles tão envolventes como os do Guaraná Antarctica de 1991. A IA (Inteligência Artificial) tem mudado profundamente a publicidade, e isso me faz refletir sobre o impacto na criatividade. O que antes era a expressão de mentes criativas inspiradas pela vivência humana, agora, é substituído por algoritmos que apenas reproduzem o ado, criando versões “futuristas” sem alma.

Lembro do jingle do Guaraná, criado em 1991, com a frase “Pipoca e Guaraná”, A combinação de melodia envolvente e mensagem simples fez do jingle um símbolo de frescor, eternizado na memória de quem viveu aquela época. Jingles como o da Poupança Bamerindus nos anos 1990 e o Cornetto nos anos 80 também criaram uma conexão genuína com os consumidores. Eles não eram apenas sobre vender produtos, mas sobre criar emoções que se conectavam com o estilo de vida e sentimentos da população.

O trabalho conjunto de músicos, compositores e publicitários resultava em criações que se tornavam parte da identidade cultural, gerando um envolvimento genuíno entre marca e consumidor.

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Hoje, com a IA, a “delegação da criatividade” está se tornando uma realidade. O que antes era um processo criativo profundo e experimental, hoje é substituído por máquinas que “sugerem” ideias com base em dados. A IA não cria, ela apenas processa o que já foi feito e encaixa padrões para parecer inovador. No fundo, é uma cópia do ado com uma roupagem futurista.

Nos últimos anos, não vemos mais jingles como estes sendo criados. O uso crescente da tecnologia, a falta de experiências vividas e a ausência de uma verdadeira conexão humana com a marca resultam em uma criatividade “fabricada pela máquina”, uma simples simulação feita por algoritmos.

A verdadeira criatividade vem da emoção, da experiência e da intuição – coisas que a máquina não pode entender. A IA pode gerar algo “funcional”, mas nunca conseguirá capturar a essência de um jingle que toca corações e se torna parte da memória coletiva. Isso é o que estamos perdendo: a conexão emocional que só a criatividade humana pode oferecer.

A IA pode ser uma ferramenta poderosa, mas ela jamais substituirá a centelha criativa humana. A verdadeira criatividade nasce da interação humana, da nossa intuição, das nossas vivências. Coisas que uma máquina não pode replicar.

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A chegada da IA na criação de conteúdos genuinamente criativos marca o fim de uma era. O fim dos jingles que se tornavam mágicos pelo envolvimento humano, pela alma que estava em cada nota musical. A nostalgia desses tempos ficará, mas nunca veremos algo com o mesmo brilho e a mesma capacidade de emocionar.

Estamos delegando nossa criatividade à máquina, e isso, para mim, é perigoso. As novas gerações talvez nunca conheçam a verdadeira essência da criação genuína e algo importante no processo criativo pode ter se perdido para sempre.

Marcos Tonin

Marcos Tonin, especialista na área de gestão e liderança, fala sobre mercado de trabalho em textos quinzenais