Um anúncio feito por Mark Zuckerberg provocou reações por todo o mundo na última semana. O responsável pela Meta, empresa que controla o Facebook, o Instagram e o WhatsApp, informou que a companhia irá acabar com o sistema de checagem de fatos feitas por terceiros e substituir por um sistema semelhante ao do X, antigo Twitter, em que usuários fazem apontamentos sobre um conteúdo.

A repercussão se deu pelos sinais que Zuckerberg tem dado de alinhamento ao governo de Donald Trump, conhecido por espalhar notícias falsas e desinformação. Seria um retrocesso no combate às chamadas fake news e a comportamentos como o discurso de ódio. Para o dono do Facebook, a medida é uma forma de simplificar políticas de conteúdo, reduzir erros, evitar o que chama de “censura” e ampliar o que acredita ser “liberdade de expressão”.

Este é um novo o da Meta na direção contrária da produção de conteúdo confiável. A big tech, que chegou a financiar projetos de jornalismo por todo o mundo, inclusive, do próprio Grupo Liberal, já havia dado sinais de afastamento quando decidiu reduzir o alcance dos veículos de notícias em suas plataformas. O anúncio de Zuckerberg é a confirmação deste afastamento e um claro recado de suas preferências ideológicas.

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É preciso ressaltar ainda que as decisões da Meta atingem nações diversas. O que pode ser liberdade de expressão em um país como os Estados Unidos pode ser um crime em outros como o Brasil. Há casos muito claros, na verdade.

Para o usuário das redes, será preciso redobrar a atenção quanto ao que vê pelo feed, especialmente quando a postagem se tratar de política e saúde – quantas fake news você viu sobre eleições e vacinas nos últimos anos, por exemplo? Sem uma moderação competente, o risco de você cair em uma delas pode ser maior. Sabe-se que plataformas sociais são terreno fértil para a mentira e que o jornalismo profissional é o melhor antídoto para a desinformação nestes ambientes. A decisão da Meta é um retrocesso.

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