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A força do voluntariado que mantém viva a Festa de São João do Mollon 46p38
O evento é resultado da dedicação de pessoas que transformam fé em ação comunitária
Por Ana Carolina Leal
12 de junho de 2025, às 08h46 • Última atualização em 12 de junho de 2025, às 08h47
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Mais do que barracas, música e tradição, a Festa de São João do Mollon é construída, ano após ano, pelas mãos e pelo coração de quem doa seu tempo e dedicação por amor à comunidade.
Entre os pilares desse evento tão querido no bairro Mollon, em Santa Bárbara d’Oeste, estão os voluntários, pessoas que colocam a fé em ação por meio do trabalho.
Histórias como a de Braz e Roseli Ciufri e de José e Sirlene Campagnolo mostram como o envolvimento com a paróquia vai muito além da rotina religiosa, é um compromisso com o coletivo, com o próximo e com a história da própria igreja.
Casados há mais de 40 anos, Braz, hoje com 60 anos, e Roseli, de 59, fazem parte da festa desde os anos 1980, quando tudo era mais simples, feito em um barracão de madeira ao lado da antiga capelinha azul.
“Era tudo na terra batida. A gente matava frango, escaldava, temperava, e na hora da festa, cada um era jogado para um lugar para ajudar. Não tinha essa organização toda de hoje. Mas era gostoso do mesmo jeito”, lembra Roseli.
Os dois acompanharam de perto a construção da igreja atual e até assentaram o piso, em mutirão com outros voluntários.

Já o casal José e Sirlene Campagnolo, ambos de 63 anos e comerciantes no bairro, se aproximaram da paróquia a partir dos anos 2000, com a chegada da imagem da Mãe Rainha ao comércio local. A ligação começou por convite da comunidade e se tornou parte da missão de vida do casal.
Além de voluntários na festa, hoje atuam como ministros da Eucaristia, na acolhida das celebrações e coordenam a Pastoral da Família da paróquia.
Para ambos os casais, ser voluntário é um ato de fé e entrega. “É uma doação sem esperar nada em troca. Tudo o que fazemos é de coração aberto”, resume Sirlene. Já para Roseli, o voluntariado é uma forma viva de comunhão. “Ali você brinca, sofre, dá risada, conhece pessoas. É onde a palavra comunidade acontece de verdade”, diz.
‘Ser voluntário é dar um pedacinho de si para a comunidade’ 1w191b
Braz Ciufri conta sobre os tempos em que a festa ainda era feita em um barracão e os jovens lideravam todas as ações, desde a cozinha até as brincadeiras como o correio elegante e a cadeia do amor. “Ser voluntário é gratificante. Às vezes é sacrificante, mas é muito gostoso. Você dá risada, conhece gente, fortalece vínculos. A comunidade é nossa, e tudo que fazemos é por um bem comum. Esse espaço é nosso e temos que cuidar com carinho”, diz ela, resumindo o espírito que move tantos outros voluntários da paróquia.
Um amor que nasceu entre barracas e rifas 5v2516
A dona de casa María Regina Justo Doriguello, 62 anos, e o representante comercial Umberto Luiz Doriguello, 64, são parte viva da memória afetiva e coletiva da Festa de São João do Mollon.
O casal começou como voluntário ainda nos anos 1970 – ela em 1976, ele em 1978 – e desde então compartilha lembranças que misturam fé, serviço comunitário e o início de uma história de amor.
“Naquela época, a gente não tinha estrutura nenhuma. Era tudo muito simples, com barracas feitas de encerado e muita boa vontade”, lembra Umberto.
A festa, segundo ele, era impulsionada por jovens, que colocavam a mão na massa para manter a tradição viva. Havia barraca de frango, roleta, rifas, cadeia, correio elegante. “A maior parte vinha de doações. Saíamos de carro arrecadando prendas pelas ruas. Tudo era feito com esforço e união”, recorda.
Além de trabalhar nas barracas, os voluntários também se revezavam para vigiar os materiais da festa à noite. “A gente ava frio, levava cobertor, poncho, o que tivesse. Uma vez, fomos buscar pão de madrugada com fome, assustando o povo na rua de tanto que estávamos encapotados”, brinca o voluntário, ao compartilhar as lembranças.
Mais do que a construção de uma festa, ali nasceu uma família. “Nos conhecemos dentro da igreja, na comunidade. Toda a nossa história começou aqui, com São João. Ele é tudo pra gente”, completa Umberto.
Serviço: Festa de São João do Mollon
Local: Paróquia São João Batista, na Rua do Estanho, no Mollon, em Santa Bárbara
Datas e horários da festa
- 13/06 – das 19h às 23h
- 14/06 – das 18h30 às 23h
- 15/06 – das 17h às 21h
- 20/06 – das 19h às 23h
- 21/06 – das 18h30 às 23h
- 22/06 – das 11h às 17h