11 de junho de 2025

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8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
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Dinheiro falso, cartazes e cobranças: como foi a votação do IPTU em Americana

Sessão da Câmara de Americana foi suspensa durante protesto do público; reajuste de 20,5% no IPTU para 2026 foi aprovado por 14 vereadores

Por Gabriel Pitor

11 de junho de 2025, às 07h18

Manifestante jogou cédulas falsas nos vereadores para protestar contra o reajuste do IPTU para 2026 - Foto: Marcelo Rocha/Liberal

A segunda discussão do projeto de lei que vai reajustar em 20,5% o valor do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) para 2026, em Americana, ficou marcada por “chuva de dinheiro falso”, cartazes e cobranças do público no plenário da câmara.

O aumento foi aprovado nesta terça-feira (10) com votos favoráveis de 14 vereadores, enquanto Gualter Amado (PDT), Professora Juliana (PT), Thiago Brochi (PL) e Jean Mizzoni (Agir) foram contrários. O presidente da Casa, Léo da Padaria (PL), não vota.

Conforme o LIBERAL noticiou, a propositura prevê reajuste nos valores venais por m² dos terrenos e das construções, que servem de base para o cálculo do imposto.

O percentual considera 15% de aumento real mais 5,5% de reajuste inflacionário, de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Debate

O projeto começou a ser discutido às 14h30, sendo que o primeiro a falar foi Mizzoni, que justificou a sua decisão de mudar o voto em relação à semana ada — quando votou favorável. O recuo foi suficiente para inflamar o público no plenário, que aplaudiu o parlamentar e iniciou as manifestações.

A reportagem conseguiu ouvir diversas cobranças direcionadas a alguns vereadores. Ainda foi possível ouvir gritos de “absurdo”, “palhaçada” e “abuso.”

Vários manifestantes levantaram cartazes com frases contra o reajuste e um deles chegou a jogar cédulas falsas (de papel) em meio aos parlamentares, atingindo Roberta Lima (PRD) e Levi Rossi (PRD). Isso fez com que Juninho Dias (PSD) cobrasse a suspensão da sessão e a limpeza do “dinheiro falso”, o que foi atendido por Léo da Padaria às 14h36.

“Enquanto tiver baderna, a sessão continuará suspensa. Se o plenário não estiver em ordem, não terá sessão. Não tem previsão para voltar. Enquanto eles [o público] não respeitarem as falas dos vereadores, não terá sessão”, afirmou o presidente da Casa ao LIBERAL, logo após interromper as atividades.

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A discussão ficou parada por 10 minutos. Durante este tempo, a reportagem viu a base do governo do prefeito Chico Sardelli (PL) se articulando para votar a propositura com pressa, sem alongar o debate.

Ainda houve princípio de confusão entre Juninho e uma pessoa que gritou, por diversas vezes, que ele era “sem vergonha”, mas outros vereadores apaziguaram a situação.

Depois da sessão ter sido retomada, apenas Gualter e Juliana se manifestaram contra o projeto e também foram aplaudidos pelo público. Por fim, foi aberta a votação, que aprovou o reajuste de 20,5% com 14 votos favoráveis.

Reação

O público reagiu com vaias, xingamentos e gritos de “vergonha”. A aposentada Andiara Lima, de 58 anos, afirmou ao LIBERAL que estava com vontade de chorar.

“É para confirmar que aí só tem bandido. Eles saíram de lá só para reformular o que iriam falar e aprovar o projeto. Estava tudo acertado. A gente veio aqui para nada. Eu me sinto frustrada, de saber que não tem solução”, comentou, indignada.

Já o autônomo Valmir Gonçalves Moreira, 64, acredita que é preciso limitar a quantidade de reeleições de vereadores, possibilitando apenas dois mandatos consecutivos — assim como acontece com prefeitos.

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“A maioria da população não mora em imóveis de alto padrão. Tem muita gente morando em casa geminada. Não é gente rica, é gente pobre. Quem vai ser mais penalizada é a população mais pobre. São pessoas que dependem de um salário, que não teve o mesmo aumento que foi feito agora no IPTU. Vai fazer falta nas contas, nas lojas, nos supermercados”, apontou.

Guarda

Ainda na sessão, durante o tempo de liderança, a Gama (Guarda Municipal de Americana) retirou do plenário, a pedido de Léo da Padaria, duas mulheres que supostamente estariam xingando Juninho. O próprio parlamentar do PSD cobrou que o presidente tomasse uma atitude.

Mulher teve de ser retirada pela Gama após pedido do vereador Juninho Dias ao presidente da Casa – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

Com a aprovação, o projeto seguirá para sanção de Chico. Esse será o maior reajuste aplicado no imposto desde 2010, quando houve acréscimo de 38,2%.

Como cada um votou no projeto de reajuste de 20,5% do IPTU

Votaram a favor

  • Dr. Wagner Rovina (PL)
  • Fernando da Farmácia (PSD)
  • Gutão do Lanche (Agir)
  • Jacira Chávare (Republicanos)
  • Leco Soares (Podemos)
  • Leonora Périco (PL)
  • Levi Rossi (PRD)
  • Lucas Leoncine (PSD)
  • Marcos Caetano (PL)
  • Pastor Miguel Pires (PRD)
  • Juninho Dias (PSD)
  • Renan de Angelo (Podemos)
  • Roberta Lima (PRD)
  • Talitha de Nadai (PDT)

Votaram contra

  • Gualter Amado (PDT)
  • Professora Juliana (PT)
  • Jean Mizzoni (Agir)
  • Thiago Brochi (PL)

Não vota

  • Léo da Padaria (PL)

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