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Traficantes podem ter relação com drones que causaram fechamento do aeroporto de Guarulhos 3j76c
Por FRANCISCO LIMA NETO E PAULO EDUARDO DIAS / Folhapress
12 de junho de 2025, às 18h37
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Criminosos que integram quadrilha de tráfico internacional de drogas podem ter relação com os drones que causaram o fechamento do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, por cerca de duas horas, na noite desta quarta-feira (11). O terminal é o maior do Brasil e o mais movimentado da América do Sul.
A Polícia Federal afirmou que investiga os dois casos: a droga e o drone.
Segundo a Polícia Militar, três pessoas invadiram a área restrita do aeroporto na noite desta quarta com cerca de 150 kg de pasta base de cocaína, em três pacotes. A segurança identificou a presença dos suspeitos e tentou abordá-los, mas eles conseguiram fugir para uma área de mata.
A fuga se deu no momento da invasão do espaço aéreo por drones. Por volta das 21h30, o voo 2127 da Gol relatou a presença de ao menos um drone perto da rampa de aproximação durante o pouso. Depois disso, a GRU Airport, concessionária que istra o local, suspendeu as operações de chegada ao terminal. O aeroporto ficou fechado por duas horas.
A polícia investiga se os crimes têm relação.
O Comando de Aviação da Polícia Militar afirmou que foi acionado Força Aérea Brasileira para apoiar uma ocorrência registrada nas proximidades do aeroporto, relacionada ao possível uso indevido de drones em área de segurança do tráfego aéreo.
“A equipe do Águia 12 realizou buscas no local, com o uso de imagens térmicas e farol de busca, por cerca de uma hora. No entanto, nenhum drone foi localizado”, afirmou a PM.
A droga, de acordo com a polícia, seria embarcada em um voo com destino a Johanesburgo, na África do Sul.
“Imediatamente, as autoridades competentes foram acionadas e as operações já estão normalizadas. A GRU Airport reforça que o uso de drones nas imediações do sítio aeroportuário coloca em risco a aviação e a integridade das pessoas”, afirmou a concessionária, que disse não ter os dados de quantos voos foram afetados.
Em nota, a PF afirmou que apura o caso. “As investigações continuam para apurar as circunstâncias do crime e identificar todos os envolvidos.”
O episódio criou um verdadeiro caos no aeroporto, com pousos e decolagens cancelados ou desviados para outros aeroportos do interior ou de outros estados.
Diversos clientes tiveram suas viagens afetadas pela ocorrência no aeroporto.
Jeferson Souza, por exemplo, reclamou da situação.
“Eu iria para Cuiabá às 23h50. Tive dois voos cancelados em um intervalo de dez dias. Não está fácil”, afirmou.
“Imagina você estar esperando o voo em outro aeroporto e ficar sabendo que vai atrasar porque tinha traficante com drone em Guarulhos”, reclamou Júlia Victória.
Ao menos 34 voos foram afetados.
A Latam afirmou que mais de 20 voos da companhia com origem ou destino no Aeroporto de Guarulhos foram impactados, após a suspensão das operações de pouso e decolagem devido à presença de drones.
A companhia repudiou e lamentou a situação e reforçou que a segurança de seus ageiros e funcionários é prioridade em todas as suas operações.
A Latam afirmou estar prestando toda a assistência necessária aos ageiros afetados.
A Azul afirmou que, na noite de quarta, um voo proveniente de Cuiabá, no Mato Grosso, teve de alternar para Ribeirão Preto, onde abasteceu e retornou para São Paulo. Outro voo que saiu de Belém alternou para Viracopos, em Campinas, onde os clientes desembarcaram.
A Azul também lamentou o episódio e ressaltou que as medidas foram necessárias para garantir a segurança de suas operações.
A GOL, por sua vez, disse informou que dois voos foram cancelados e outros dez foram alternados para aeroportos próximos.
“Grande parte dessas aeronaves alternadas seguiu novamente para Guarulhos após reabastecimento e normalização das operações no aeroporto”, destacou, afirmando que os clientes receberam as assistências previstas pela Anac (Agência Nacional da Aviação Civil).